Mês abre o calendário em comemoração aos santos juninos, cidade se prepara para receber visitantes
As festas juninas são eventos tradicionais do calendário brasileiro e um bom retrato da diversidade cultural do país. Mas sua origem remete às festas populares europeias, principalmente de Portugal, que vieram para o Brasil durante o processo de colonização.
Na bagagem, os portugueses trouxeram as comemorações de alguns santos católicos como Santo Antônio, São João e São Pedro, celebrados no mês de junho.
Confira algumas curiosidades sobre as comemorações ao dia do Santo Padroeiro.
24 de junho – São João

Em vez de junina, muitos chamam os festa da fogueira, pois dia 24 é o auge das festividades, exatamente quando se comemora o aniversário de São João Batista, o santo festeiro.
A lenda diz que nesse dia ele prefere dormir o dia todo para não ver as fogueiras na Terra e ficar com vontade de descer e comemorar também.
Por isso mesmo, em algumas regiões do país as pessoas soltam fogos de artifício para tentar acordá-lo. Entre os costumes católicos, a Festa Junina é marcada pelo levantamento do mastro de São João. Foi São João quem criou o batismo e que batizou o primo Jesus.
Passagem da Fogueira

A festa acontece há 128 anos na cidade e tem como principal atração a passagem dos fieis que em demonstração de fé ao santo padroeiro, caminham descalços sobre o braseiro da fogueira.
Aos poucos eles começam a chegar, o ritual acontece às 0 horas do dia 24 de junho, ao badalar do sino na torre da igreja matriz alguns fieis, tiram os calçados e sob olhares atentos e curiosos caminham sobre as brasas incandescentes.
De acordo com relatos de moradores mais antigos da cidade o local da fogueira também já variou nos últimos anos e já teria mudado ao menos duas vezes. Atualmente a fogueira é acesa em frente a escadaria da igreja matriz.

Para os católicos, a fogueira é símbolo de um acordo entre as primas Maria e Isabel. Numa tarde, Santa Isabel foi à casa de Nossa Senhora (Maria) e aproveitou para contar-lhe que, em breve, iria nascer seu filho. Ele se chamaria João Batista. Nossa Senhora queria ficar informada sobre o nascimento e perguntou: – Como poderei saber do nascimento do garoto?
– Acenderei uma fogueira bem grande; assim você poderá vê-la de longe e saberá que Joãozinho nasceu. Mandarei, também, erguer um mastro, com uma boneca sobre ele.
A promessa foi cumprida e, um dia, Nossa Senhora viu uma fumacinha e depois umas chamas bem vermelhas. Dirigiu-se para a casa de Isabel e encontrou o menino João Batista, que mais tarde seria um dos santos mais importantes da religião católica. Isso se deu no dia 24 de junho. Começou, assim, a ser festejado São João – com mastro, fogueira, foguetes, balões, danças, etc.

Brincadeiras mantem tradição
As brincadeiras também compõem a festa, leilões de pequenas prendas, no encerramento da quermesse, os participantes disputam prêmios escalando o pau de cebo e participam da dança da quadrilha com direito a casamento.
Obras sacras na Igreja Matriz de Bocaina trazem a história do padroeiro

A vida e missão de São João Batista, padroeiro de Bocaina, pode ser vista através das 13 telas pintadas por Benedito Calixto de Jesus. AS obras estão nas paredes da Igreja matriz de Bocaina e trazem as representações desde o nascimento até a morte do santo.
Venerado pelos bocainenses, o santo que viveu pouco mais de 30 anos é conhecido como o último dos profetas e por denunciar as injustiças cometidas por governantes da época.

Portal na entrada da cidade
O carinho dos moradores pelo santo padroeiro também pode ser visto logo ao chegar em Bocaina. Na entrada da cidade um monumento em homenagem a São João Batista, feito pelos artistas plásticos José dos Santos Laranjeira-Unesp-Bauru e Renoaldo-Francisco Kazmarek-Jaú aponta para o alto.
